segunda-feira, agosto 08, 2011

Reunião Mundial dos Afrodescendentes

Simão Souindoula, membro do Comité Cientifico do emblemático Projeto da UNESCO "A Rota do Escravo" deixa a capital angolana Luanda, no próximo dia 16 de Agosto, viajando para a cidade hondurenha de Las Ceibas, costeira ao Mar das Caraíbas.

Convidado especial do Comitê de Organização daquele evento, inédito, o especialista angolano intervirá numa palestra onde ele abordara a importância do projeto iniciado pelo Triangulo Kanawa Mussulo, "As Rotas angolanos da Escravatura e o turismo de memória dos Afrodescendentes".

O historiador e Consultor da UNESCO Simão Souindoula

Simão Souindoula insistirá sobre as ofertas turísticas que podem propor a Iniciativa baseada no bairro luandense de Benfica aos afroamericanos e afrocaribenhos, cuja quase a metade reivindicam, invariavelmente, raízes congo/angola.

Com efeito, o atual território angolano, verdadeiro paraíso esclavagista, foi veinado de centenas de pistas caravanistas que desembocavam, entre outros locais de embarque, na baía de Cabinda, na foz do rio Zaire, na península de Mussulo e na localidade de Benguela-a-Velha e na pantanosa cidade de São Filipe de Benguela.

O tenaz perito da UNESCO participara, igualmente, com o restante das centenas de participantes do evento, de diversa quadrante, entre os quais ativistas sociais e políticos, funcionários públicos, diplomatas, juristas, economistas, religiosos, pedagogos, médicos, agrônomos, antropólogos, nos decisivos debates que serão organizados a volta da atual situação dos “Danados” do continente americano e do conjunto insular caribenho.

De salientar, entre os intervenientes, delegados de vários organismos especializados das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos, do Banco Mundial, do Banco Interamericana para o Desenvolvimento, dezenas de fundações, agencias vocacionadas a cooperação internacional, Igrejas, organizações não-governamentais, etc.

PLANO ESTRATEGICO

As espinhosas questões a ser abordados serão centradas na persistência da exclusão racista, o direito indiscutível a terra, a um meio ambiente saudável e a segurança das comunidades, o respeito dos direitos humanos, o amplo exercício dos direitos civis, a observância da justiça, o pleno acesso ao emprego, ao mundo dos negócios, ao ensino superior e aos cuidados de saúde pública.

O especialista angolano dará, também, a sua opinião sobre as vias para um maior protagonismo político dos originários de Afrikiya, as politicas de apoio a favor da juventude “niger”, a institucionalização de um Festival Internacional África/Diaspora, o balanço das recomendações da rude Conferencia de Durban de Setembro de 2001, os novos eixos migratórios dos descendentes dos melanoafricanos, e a polêmica metodologia dos censos populacionais no “Novo Mundo”.

Ele notara o conjunto das ações afirmativas desenvolvidas em vários países latino-americanos tais como na Argentina, no Brasil e no Peru, assim como as vantagens para os antigos “palanqueiros” da integração regional, o estado das relações entre os afrodescendentes e os ameríndios.

Ele seguira, com muita atenção, as intervenções do congolês de Brazzaville, Firmin Matoko, Diretor da Representação Regional da UNESCO em Quito, escritório que cobre a Bolívia, a Colômbia, a Venezuela e o Equador, o brilhante afrocolombiano Juan de Dios Mosquera, líder do Movimento Nacional Cimarron, o Carlos Severino da Universidade de Porto Rico, Alberto Barrow da Universidade de Panama e o Quince Ducan da Universidade de Costa Rica.

A Cimeira terminara com a adoção de uma Declaração e de uma Agenda Política, autentico Plano Estratégico para a entrada efetiva dos ex- quilombolas na história, neste ano, que foi, a justo titulo, declarado pelas Nações Unidas como o das Populações Afrodescendentes.

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