domingo, agosto 14, 2011

segunda-feira, agosto 08, 2011

CHEGA PRÁ LÁ

Ficou bem claro e explícito o Chega Prá Lá que a presidente Dilma Rousseff deu no dirigente da CBF, Ricardo Teixeira, durante a cerimônia de sorteio das chaves para a próxima Copa do Mundo, realizada no Rio de Janeiro, deixando bem claro que autoridade esportiva maior neste Brasil pobre e quase sem miséria é o seu ministro do Esporte Orlando Silva, cada dia mais prestigiado no Palácio do Planalto e referendado por Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para continuar no cargo. Pelé que havia sido excluído na lista de personalidades do futebol da Fifa, convidados para o evento e divulgada no último dia 13/7, foi nomeado pela Presidente Dilma, Embaixador Extraordinário para o maior evento esportivo do Planeta, que se realizará nos quatro cantos do país, em 2014.

Sem os salamaleques que desfrutou durante o governo passado, o presidente da CBF, que ninguém tem dúvida sobre sua ingerência para que o Atleta do Século não fosse convidado para o evento, ficou quase à margem da cerimônia realizada no Rio de Janeiro, sendo colocado para ocupar lugar bem distante da comandante da cadeira número 1 da República Federativa, que evitou contatos com o cartola Ricardo Teixeira, elogiou bastante o ex-jogador e maior ídolo do futebol brasileiro e ele foi bastante aplaudido pelo público presente na Marina da Glória, ficando o dirigente da entidade praticamente isolado dos destaques internacionais esportivos presentes. A assessoria mais próxima da presidente Dilma ficou profundamente irritada com a CBF, o COL (Comitê Organizador Local) e a Fifa ao negar um pedido de credencias para jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto.

Às vésperas do sorteio das eliminatórias da Copa de 2014, a equipe da presidente pediu cerca de 80 credenciais. Conseguiu algumas, mas a Fifa não quis dar autorização para Record e SBT acompanharem Dilma no evento realizado na Marina da Glória.

O COL informou a assessoria presidencial que a federação internacional não poderia ferir o contrato com a Globo, que tinha exclusividade na solenidade, organizada pela Geo Eventos, da qual a emissora é uma das sócias.

Dilma se irritou. Ela e sua assessoria interpretaram como uma retaliação de Ricardo Teixeira à Record, que tem exibido reportagens com denúncias contra o dirigente. A equipe da presidente alegou que o COL e a Fifa podem escolher seus parceiros. Mas o Governo Federal tem que garantir os mesmos direitos a todos. E é praxe os jornalistas de Brasília seguirem a comitiva presidencial.

Como resposta, o governo marcou uma entrevista de Pelé, na véspera do sorteio, no Museu de Arte Moderna do Rio, fora da jurisdição da CBF, Fifa e do COL. Lá todas as emissoras de TV tiveram passe livre.

Joseph Blatter, presidente da FIfa, Pelé e a Presidente Dilma, conversando antes da abertura da solenidade


Convidado pela Presidente Dilma para estar presente no evento, a maior autoridade brasileira fez o ex-jogador Pelé roubar a cena no sorteio das Eliminatórias para o Mundial, realizado na tarde deste sábado, na Marina da Glória. Além de se render em elogios ao eterno ídolo do futebol brasileiro, a presidente prometeu realizar um campeonato histórico.

Ao saudar os presentes e cumprimentar o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em seu discurso de cinco minutos a presidente Dilma saudou carinhosamente o Rei Pelé, nomeado embaixador do Brasil para a Copa de 2014, para somente em seguida citar o presidente da CBF, “senhor” Ricardo Teixeira e demais autoridades, classificando o "querido" Pelé como um "craque inesquecível". Em seguida, ela citou a identificação do Brasil com o futebol e lembrou que o País é prolífico em revelar grandes jogadores, entre eles o ex-integrante da seleção brasileira.

A presidente Dilma Rousseff discursa na cerimônia do sorteio das eliminatórias.

- O Brasil continua a ser identificado como o país do futebol e isso nos envaidece. Amamos o futebol, ganhamos cinco Copas do Mundo e aqui nasceram muitos dos maiores craques de todos os tempos, a começar pelo maior deles, o nosso querido Pelé, que fizemos questão nomear como embaixador honorário", disse a presidente.

No momento em que foi exaltado por Dilma, Pelé recebeu intensos aplausos, inclusive da própria presidente, que teve suas palmas amplificadas pelo microfone. Posicionado na primeira fila da plateia o ex-jogador se levantou e saudou o público.

Pelé foi aplaudido de pé pelo público presente na Marina da Glória, inclusive pelo apagado e cabisbaixo e apagado dirigente da CBF, que não subiu ao palco e muito menos foi convidado para discursar durante o evento.

FOTO: Evaristo Sá

Na última sexta-feira, Pelé demonstrou incômodo e deu a entender que não foi convidado por Teixeira para participar do sorteio como protagonista, conforme declarou: "Eu sempre representei o Brasil desde 1958. Sendo convidado ou não, trabalharia para representar o Brasil. Mas você só vai no evento se for convidado...Eu só vou na sua casa se você me convida. A CBF tem o presidente Ricardo Teixeira, ele decidiu quem ele deve convidar. Se ele me convidasse eu estaria cooperando. Se ele não me convida eu não vou", desmentindo completamente a afirmação do dirigente da CBF de que o atleta havia sido convidado em abril passado, seguindo o script delineado pela Fifa através da sua nota de 13 de julho último, que não incluía o Rei do Futebol, entre os convidados.


Durante o evento Ricardo Teixeira tentou sapecar o “Beijo de Judas” na face de Pelé.

A presidente Dilma chegou a Marina da Glória, em cujo pórtico de entrada constava a inscrição ”Bem-vindos à terra de todas as nações”, em carro fechado que a conduziu do Aeroporto Tom Jobim para o local do evento, ficando isolada em uma sala VIP, até o inicio da solenidade, levando a assessoria presidencial fazer valer um decreto lei que lhe garante uma área controlada pela segurança presidencial em qualquer evento no país, para evitar contato com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

- A incorporação do Pelé foi importante, assim como a primeira participação efetiva da presidente Dilma. A primeira de muitas - disse Orlando Silva.

A presea de representantes das cidades deixou claro o jogo político que caminha ao lado da preparação da Copa. E que ficou claro na chegada do senador Aécio Neves.

- Tecnicamente, Minas Gerais teria que receber a abertura da Copa. Mas a escolha envolverá muitos outros critérios. Na questão de estrutura de estádios e hotéis, somos o estado mais adiantado. Mas no campo da mobilidade urbana, metrô, transportes, que cabe ao governo federal, está o maior problema. Os recursos chegam de forma vagarosa. O governo federal tem mostrado pouca competência nestas questões - disse.

Discussões à parte, a Fifa ficou satisfeita com a organização do sorteio e o qualificou como uma "largada linda".

- A Fifa confia no Brasil - disse o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

O Rio de Janeiro teve papel de protagonista no sorteio.

- Todas as cidades estão trabalhando para entregar uma Copa inesquecível. Haverá legados como estádios novos, estrutura das cidades e, é claro, a Copa traz riqueza. E, dentre todas as cidades, o Rio é a mais maravilhosa - disse o prefeito Eduardo Paes.

- O maior legado é a autoestima do povo - emendou o governador Sérgio Cabral.

Um papel de destaque que a Fifaavisou que irá dividir com outras cidades. O secretário geral, Jérôme Valcke, ao encerrar o sorteio, marcou um encontro "em algum lugar do Brasil" para o sorteio dos grupos da Copa, em 2013. A entidade já decidiu que este lugar não será o Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro recebe mais uma edição do BACK2BLACK


CONEXÃO INTERNACIONAL ÁFRICA-BRASIL

* Antonio Lucio

Os brasileiros que irão assistir as apresentações artísticas e eventos que farão parte da terceira edição do Festival Back2Black que será realizado no Ro de Janeiro, quase no final deste mês, não devem deixar de reunir dados para conhecer um pouco mais sobre a vida de alguns artista, principalmente os que são originários de países do Continente Africano. Vão evidentemente se surpreender com o currículo dos mesmos, que tem em mente, independente da vida artística procurar reverter um pouco dos seus ganhos para ações afirmativas visando a melhoria da população dos seus respectivos países, além do desenvolvimento da terra onde nasceram, nos mais variados segmentos de atividades e é um pouco destas atividades que eles esperam ver divulgadas no Brasil

O Back2Black Festival é um evento de três dias que relembra o Continente africano como berço da nossa civilização e celebra a sua influência na nossa cultura contemporânea, chegando a sua terceira edição neste mês de agosto no Rio de Janeiro com a presença de nomes consagrados da arte e da cultura negra para shows, debates e exposições. O Festival que se realiza na Estação Leopoldina de 26 a 28 de agosto, além das intervenções artísticas com mais de 20 atrações musicais terá ainda conferências com a curadoria do escritor angolano José Eduardo Aqualusa, artistas, intelectuais e debatedores para conferências, shows e exposições de fotos em torno do tema África, tendo como objetivo promover o encontro de diferentes tribos e apresentar ao público as idéias, música e arte que constroem o nosso mundo de hoje.

Entre os artistas confirmados no evento estão Eryka Baduh lendária cantora da música soul, o cantor americano Prince que do alto dos seus 53 anos, volta ao Brasil após duas décadas, para uma apresentação no grande palco especialmente montado para ele neste seu retorno ao nosso país, além de Aloe Blacc o rapper que deve movimentar o público em sua apresentação, principalmente quanto interpretar I Need a Dollar, cuja letra está na mente de uma imensa parcela da juventudee brasileira; Macy Gray que conta com um repertório de mais de cem músicas, cantadas nos géneros hip-hop, R&B, soul, pop e funk rock. A cantora que criou sua própria grife, a Natalie Hinds, seu nome de batismo e na época da sua primeira coleção, em 2005, se apropriou do termo “Ghetto chic” para se referir à proposta visual que sempre utilizara em seu figurino e que pretendia levar adiante, a partir dali também como empresária. Mais do que uma originalidade de peças, sua grife mantém acesa a criação de peças da linha Humps especialmente confeccionadas nos tamanhos GG e Extra G, segmento do setor que mais cresce nos EUA. Oumou Sangaré a maliense que se tornou um dos nomes mais expressivos da música africana por sua postura. Tanto pela firmeza com que defende suas convicções políticas e morais, quanto por estimular o empreendedorismo feminino como uma forma de afirmação da mulher na sociedade, Sangaré virou uma porta voz da vanguarda em seu continente. Ela é empreendedora na área da agricultura e pecuária. “Eu estou lutando contra a desertificação do campo na África. Penso que nosso continente deve se esforçar para atingir a auto-sufiência na área alimentar. Outra iniciativa impressionante da cantora foi a de resolver importar carros da China. Um dos modelos, inclusive, foi batizado em sua homenagem: é o Oum Sang. Na ocasião do lançamento, o presidente da República do Mali, Amadou Touré participou da inauguração do primeiro showroom da marca. “Fui convidada por uma marca chinesa que queria entrar no mercado africano a batizar um modelo de carro. Em vez de só receber os royalties sobre o uso do meu nome, decidi propor uma sociedade em Mali, para empregar o povo daqui. Pelo meu acordo, eu posso controlar o preço dos veículos e, apesar de serem modelos de luxo, torná-los acessíveis à classe média. É um sinal de desenvolvimento do país”, afirma a cantora. “Além disso, me deu muito orgulho saber que o primeiro veículo foi vendido a uma mulher”, completa.

O Palco Compacto Petrobrás receberá concertos intimistas, como a apresentação de Nicolas Krassik e Cordestinos, Moreno Veloso e Domenico, o samba de QuinhO e Jards Macalé, promovendo um intercâmbio cultural e geracional bastante rico.

Serviço: Back2Black Festival 2011

Estação Leopoldina (Barão de Mauá)

Avenida Francisco Bicalho, s/n - São Cristóvão - Rio de Janeiro - RJ

PROGRAMAÇÃO

26 de agosto

Conferência: Democratização, não violência e mídias sociais (palestrantes a confirmar)

PALCO OI ESTAÇÃO: Ana Moura/ Tinariwen/ Macy Gray

PALCO CIRCO: Kenna Zemedkun /Pathy de Jesus /Nepal

PALCO COMPACTO PETROBRÁS: Tono /Nicolas Krassik e Cordestinos

27 de agosto

Conferência: Ecologia (palestrantes a confirmar)

PALCO OI ESTAÇÃO: Oumou Sangaré /Chaka Khan

PALCO GRANDE: Exclusivo para o show de Prince

PALCO CIRCO: Eduardo crhistoph e Diogo Relais (Festa Moo) /Badenov (Festa Combo) /Os Ritmos digitais

PALCO COMPACTO PETROBRÁS: Moreno Veloso +Domenico

28 de agosto

Conferência O futuro das comunidades (palestrantes a confirmar)

PALCO OI ESTAÇÃO: Asa /Aloe Blacc /Seu Jorge

PALCO CIRCO: Baile Charme /DJ Marlboro (Funk) / DJ Corello (Charme), DJ Fernandinho (Charme) e DJ CIA (Break)

PALCO COMPACTO PETROBRÁS: QuinhO + Jards Macalé /Paraphernália + BNegão.

Voltado para a celebração do Continente Africano por meio de shows, exposições e outras intervenções culturais, o Back2Black também terá uma versão reduzida em São Paulo, que acontece na casa de shows Bourbon Street, no bairro de Moema, no dia 30 de agosto. As atrações já confirmadas para a versão paulista são o grupo africano Tinariwen , considerados guerreiros e são mandingueiros formado por membros da etnia Tuareg, povo nômade que habita a região do Saara no Norte do Continente Africano. E, diferentemente do personagem misterioso da canção do então Jorge Ben lançada por Gal Costa em 69, eles apresentar suas armas no Brasil, no Festival Black2Black, no Rio, dia 26 de e em São Paulo no dia 30.

Fotos: Divulgação e Rui M. Leal

A exemplo do evento realizado no Rio de Janeiro, no ano passado é um espetáculo imperdível.

* Diretor do BUREAU POLCOMUNE – Articulista do Portal Áfricas.

Especial para ÁFRICAS

PRÊMIO LUIZA MAHIN

Prêmio Luiza Mahin homenageou mulheres comprometidas com a valorização da cultura negra

Antonio Lucio

Marcada pela emoção dos presentes e com muita pompa e circunstância, a Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE, sob o comando de Maria Aparecida de Laia,

orgão Secretaria de Participação e Parceira (SMPP) da Prefeitura da Cidade de São Paulo, promoveu na segunda-feira, 25/7, a entrega do 1º Prêmio Luiza Mahin. A cerimônia iniciada com o cântico do Hino da Negritude, de autoria do ícone da comunidade afro-brasileira, professor, escritor e advogado Eduardo de Oliveira, aconteceu no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo e teve como mestres de cerimônia Anair Novaes e o maestro Roberto Expedito Casemiro.

O prêmio foi instituído pelo prefeito Gilberto Kassab através de um decreto que regulamentou os eventos a serem realizados anualmente dentro das comemorações do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em São Paulo através de Lei Municipal, oriunda de um projeto apresentado na edilidade paulistana pela batalhadora mulher negra e ex-vereadora petista Claudete Alves, atual dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Municipal de São Paulo.

Quem foi Luiza Mahin

Mulher negra, nascida do século XIX, da tribo Mahin, trazida para Bahia como escrava. Liderou a Revolta dos Malês, uma das maiores rebeliões de escravos ocorridas em solo baiano. Caso o levante dos Malês tivesse sido vitorioso, Luísa teria sido reconhecida como Rainha da Bahia.

Ela foi surpreendida com seu grupo pela força policial, obrigados a se lançarem em combate foram derrotados. Luiza e outras lideranças conseguiram escapar da perseguição, partiu para o Rio de Janeiro, deixando seu filho, Luis Gama - com apenas cinco anos de idade -, aos cuidados do pai.

Com dez anos, a criança foi vendida ilegalmente como escrava, para quitar uma dívida de jogo, e Luiza foi descoberta, detida e, possivelmente, degredada para Angola.

A PREMIAÇÃO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

A Láurea foi concedida a sete mulheres negras comprometidas com a valorização da cultura negra, a inclusão social e a luta anti-discriminatória, que foram escolhidas a partir de indicações feitas por entidades ligadas ao movimento social negro e às redes sociais negras, sendo premiadas as seguintes personalidades:

Ana Maria Araújo Santos, mais conhecida como Mãe Ana de Ogun, filha-de-santo de Mãe Simplícia de Ogun da Casa de Oxumare, Iyálorixá do Candomblé Ilê Axé Oju Onirê localizado no Parque Jacarandá – Taboão da Serra, São Paulo. Iniciada para o culto aos Orixás (Candomblé) em 24 de maio de 1960, aos 16 anos de idade. Aprofundando-se e mantendo viva a tradição do candomblé, iniciou e ainda inicia inúmeras pessoas, ostenta em sua trajetória de vida vários prêmios e louvores religiosos, sociais, e preza pela harmonia e boa conduta na religião que se tornou parte integral de sua vida. No ano de 2010, completou 50 anos de iniciação (Odum Adotá), juntamente com suas irmãs de barco: Elza de Oxóssi, Walquíria de Oxum e Beth de Oxalá. Motivo de muita festa e celebração no Axé Oxumaré.

Fanta Konate é da etnia MALINKÊ, uma das principais do tronco linguístico mandinga, que muito tem haver com Luíza Mahin - MALÊ (Mandinga).
O trabalho de Fanta Konatê também elucida aspectos relação à Diáspora e às nossas origens Mandingas, presentes inicialmente na Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Alagoas e posteriormente difusa em todo o país. Fanta Konatê é bailarina, coreógrafa e cantora em três balés de Conakry, e na convivência diária com seu pai Famoudou Konatê e seus irmãos, todos artistas internacionais

Fundadora da ONG África Viva, que viabiliza condições para o desenvolvimento humano pesquisando e promovendo culturas tradicionais do Oeste da África, principalmente da Guiné e Senegal.

Fundadora, coordenadora e professora de dança do Instituto Famoudou Konatê, com sede em São Paulo.

Luislinda Dias de Valois Santos é a primeira mulher negra a entrar para a magistratura no Brasil, em 1984. Primeira profissional da área a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil, em 1993. Antes de cursar Direito, estudou teatro e filosofia. Ao longo de sua carreira, reativou dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia, criando, entre outros, o Juizado Itinerante Terrestre, dentro de um ônibus, e o Juizado Itinerante Marítimo, dentro de um barco. Criou, em 2003, o projeto Balcão de Justiça e Cidadania, que resolve conflitos de populações de bairros pobres de Salvador, áreas de remanescentes dos quilombos e comunidades indígenas. Luislinda dá palestras em escolas públicas para que os jovens conheçam seus direitos e deveres. O Programa Justiça, Escola e Cidadania, idealizado por ela, atingiu milhares de estudantes. Sua trajetória e seus projetos/programas renderam-lhe prêmios e reconhecimento mundial. Seus principais desafios são combater o racismo dentro e fora da magistratura e tornar a Justiça acessível a todos. É Juíza desde 1984, atuando na Bahia, realizou diversos projetos em defesa de seu povo oprimido e discriminado, conquistando respeito e credibilidade, além de vários prêmios. Entre suas realizações estão a criação e instalação de vários juizados (inclusive itinerantes) em várias cidades da Bahia, além de participação no lançamento do Relatório Nacional Brasileiro em cumprimento à Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher CEDAW – realizado no Palácio Planalto em Brasília.

Mafoane Odara Poli Santos “De nome e história fortes, Mafoane Odara, além de fazer jus ao significado do próprio nome – Mafoane, palavra de origem Kimbundu (Angola) que significa jóia rara; e Odara, de origem Yorubá (Nigéria), que significa bonita – ela é, para todos que a conhecem, um exemplo de persistência, trabalho e energia. Além de cursar mestrado em Psicologia Social pela USP e de militar nas áreas de juventude, saúde, gênero e raça, Mafoane Odara coordena atualmente o Geração Muda Mundo, programa de juventude da Ashoka Empreendedores Sociais, que incentiva e apoia jovens a criar e a gerenciar projetos sociais. Mafoane Odara acredita que a chave para o desenvolvimento é investir na educação empreendedora e nas iniciativas juvenis: os jovens devem ser desafiados."

Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva é professora titular de Ensino-aprendizagem e Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros/UFSCar e Coordenadora do Grupo Gestor do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar. Possui graduação em Português e Francês pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1964), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979) e doutorado em Ciências Humanas -Educação pela mesma universidade (1987). Cursou especialização em Planejamento e Administração da Educação no Instituto Internacional de Planejamento da UNESCO, em Paris (1977). Realizou estágio de Pós-Doutorado em Teoria da Educação, na University of South Africa, em Pretoria, África do Sul (1996). Por indicação do Movimento Negro foi conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, mandato 2002-2006. Nesta condição foi relatora do Parecer CNE/CP 3/2004 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e participou da relatoria do Parecer CNE/CP 3/2005 relativo às diretrizes curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Foi professora visitante na University of South Africa (1996), na Universidad Autonoma del Estado de Morelo, in Cuernavaca, México(2003). Participa ativamente do International Research Group on Epystemology of African Roots and Education, coordenado pela Profª DrªJoyce Elaine King da Georgia State University/USA.Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Tópicos Específicos de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação e relações étnico-raciais, negro e educação, direitos humanos, práticas sociais e processos educativos, políticas curriculares. Conselheira do World Education Research Association (WERA) representando a Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN) e Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). Em junho 2010 foi indicada como Somghoy Wanadu-Wayoo, ou seja, conselheira, integrante do conselho do Amiru Shonghoy Hassimi O. Maiga, chefe do povo Songhoy, no Mali.

Sônia Maria Pereira Nascimento é advogada, fundadora, do Geledés- Instituto da Mulher Negra sendo sua presidenta, por duas gestões, no período de 30 de abril de 1994 a 30 de abril de 2000. Coordenou os Projetos: SOS - Racismo de Assessoria Jurídica às Vítimas de Discriminação Racial de 1994 a 1998 e o projeto Atendimento Psicossocial às Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Sexual. É a atual vice-presidenta de Geledés e coordena também o projeto PLP - Promotoras Legais Populares.
Foi integrante da Comissão do Negro e Assuntos Antidiscriminatórios – CONAD da OAB/SP.
Coordenou a Subcomissão Contra a Discriminação nas Relações de Consumo, onde o realizou o Projeto "OAB vai para a periferia" em 1997/98 e coordenou o "Curso de Capacitação em Direitos Humanos, Cidadania e Discriminação nas Relações de Consumo" para oficiais, sargentos, cabos e soldados da Policia Militar do Estado de São Paulo, numa parceria OAB/SP e o Comando da Policia Militar de São Paulo, de agosto a novembro de 1999 e Curso sobre o mesmo tema em 2001 e 2002 para soldados e cabos.

Theodosina Rosário Ribeiro
é reconhecida com destaque na política paulista. Formou-se filósofa, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Mogi das Cruzes, e advogada, pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Na vida pública, teve quatro candidaturas vitoriosas - uma como vereadora e três como deputada estadual. Primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo, eleita em 1968. Em 1970, foi eleita a primeira deputada negra da Assembléia Legislativa do Estado, sendo reeleita em 1974 e 1978 onde ocupou também o cargo de vice-presidente. A professora Theodosina Ribeiro prestou um grande serviço à Nação. Ela se tornou uma referência e estímulo para as mulheres negras participarem como candidatas em eleições proporcionais e majoritárias em todo o país. . Depois dela, outras mulheres negras se engajaram na vida publica.

HOMENAGEM

Vicenta Camusso é Representante da Red de Mujeres Afro-latinoamericanas, caribenhas e da Diáspora. Especialista em Desenvolvimento Local e Gênero. Formação em Desenvolvimento Gerencial e Marketing. Desenvolvimento Local com Perspectiva de Gênero e até o momento tem participado de programas e projetos como facilitadora de processos psicossociais na área de desenvolvimento humano, desenvolvimento local e gênero, geração de emprego, criação de micro empresas.
Delegada da Coletiva de Mulheres e Saúde, de 1998 a 2001 no Comitê Nacional Evolução Cairo + 5 República Dominicana; no Comitê

Premiadas com a estatueta Luiza Mahin e certificado – Foto: SMPP

O evento que lotou completamente o Salão Nobre da edilidade paulistana, não contou com a presença de nenhum parlamentar negro do Estado de São Paulo, mas foi prestigiado com a presença do Senador Eduardo Suplicy, Uebe Rezeck. Secretario de Participação e Parceria, representando o prefeito paulistano, Maria Aparecida de Laia (coordenadora-geral da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (Cone), Vicenta Camusso (Representante da Red de Mujeres Afro-Latinoamericanas, Caribenhas e da Diáspora, Yolanda Sperme (Coordenadoria de Assuntos da População Negra), o príncipe nigeriano Otunba Adekunle Aderonmu e esposa, presidente do Centro Cultural Africano, Maria Estela Corrêa, assessora cultural do Consulado-Geral americano em São Paulo e outras personalidades ligadas a entidades negras e da sociedade civil organizada.

Foto: CMSP

O secretário da SMPP, Uebe Rezeck, presente no evento, ressaltou a importância do prêmio como forma de enaltecer o trabalho realizado por essas mulheres negras na luta contra o preconceito racial e na luta pelos seus direitos na sociedade. “Cabe ressaltar ainda, a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro, como é o caso da CONE, através da coordenadora Maria Aparecida de Laia.

A estatueta de bronze e 20 centímetros de altura e com base em madeira, foi confeccionada a partir de um trabalho realizado pelo conceituado publicitário e cartunista reconhecido internacionalmente, Maurício Pestana, também presente no evento, cujas obras se caracterizam por abordar o tema da luta no combate ao racismo e a qualquer tipo de discriminação e de defesa da cidadania na sociedade brasileira.

* Articulista do PORTAL ÁFRICAS com CMSP e SMPP/São Paulo





Troféu Benedita da Silva homenageia mulheres negras

O Deputado Estadual baiano Bira Coroa promoveu em Camaçari uma grande festa para a população negra do estado. O Troféu Pérolas Negras-Benedita da Silva contou com a participação de celebridades nacionais da política e da teledramaturgia, que se misturaram entre outras mulheres de vários segmentos. O evento faz parte do calendário de comemorações ao Dia Internacional da Mulher Negra da América Latina e do Caribe. Ao todo, foram 30 homenageadas: quilombolas, baianas de acarajé, pescadoras, entre outras. Onze municípios baianos fizeram as indicações de acordo com o que essas mulheres representam para o movimento negro da comunidade.

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) foi destaque na noite de sexta-feira (29/7), no município baiano de Camaçari, durante condecoração a mulheres negras com o "Troféu Pérolas Negras Benedita da Silva". O prêmio é entregue a mulheres que fazem da luta diária contra o preconceito uma trincheira. "Nós não denunciamos apenas, também estamos construindo", disse Benedita durante a solenidade.

Ícones da teledramaturgia como Neusa Borges e Antônio Pitanga prestigiaram a solenidade. A homenagem foi destinada as representantes dos municípios de Camaçari, Salvador, Itaparica, São Francisco do Conde, Governador Mangabeira, Simões Filho, Mata de São João dentre outros. A entrega do Troféu marcou a diversidade no perfil das 30 homenageadas.

A Deputada Federal Benedita da Silva, ex-governadora do Rio de Janeiro e ex-Senadora da República emprestou o nome ao troféu. O ator global Antônio Pitanga, marido de Benedita, também prestigiou o evento ao lado da colega de profissão Neusa Borges.

A atriz foi uma das grandes homenageadas da noite, já que além do Troféu Pérolas Negras recebeu também o título de Ciidadã Baiana. Autoridades municipais e membros do movimento negro local também participaram.

Entre as 30 homenageadas com o prêmio, estavam as prefeitas Rilza Valentim, de São Francisco do Conde, e Domingas Paixão, de Governador Mangabeira, Luislinda Valois, primeira juíza negra do Brasil; Maria Dilza de Jesus, jornalista e ativista do Movimento Negro em Camaçari; Domingas Paixão, ex-trabalhadora doméstica e atual prefeita de Governador Mangabeira; Alessandra Godinho Fernandes, primeira e única mulher pescadora alem de Advogadas, Professoras, Mestra de Capoeira, Baiana de Acarajé, Jornalista, Sindicalistas, Quilombolas, Lideranças religiosas e Comunitárias.

“Nós não denunciamos apenas, também estamos construindo”, disse Benedita, que cantou afinada o samba Minha Missão, de Paulo Nogueira e Paulo César Pinheiro. Nos versos da canção, agradeceu a noite de premiação, sendo aplaudida de pé: “Canto para anunciar o dia / Canto para amenizar a noite / Canto pra denunciar o açoite /Canto também contra a tirania”. Benedita também disse que a homenagem era uma demonstração de carinho e respeito do deputado estadual Bira Corôa (PT-BA), proponente do troféu.

de alto mar da Colônia Z-1 do Rio Vermelho (Salvador).

Dando sequência à grade de eventos, aconteceu no sábado (30/8) o primeiro encontro de quilombolas da região. Cordoaria, Quilombo reconhecido de Camaçari, sediou o evento. A localidade mantém as raízes afro-descendentes e conta com políticas públicas, urbanização e incentivo a cultura para que se mantenha firme na busca pelo fim do preconceito e da desigualdade racial.

Para Maria Cristina Brito, secretária de Mulheres da CUT a homenagem a estas mulheres “É um grande momento de reconhecimento, mas que tem que ser refletido, porque ainda existe a resistência contra as mulheres negras em especial na área sindical”. Este troféu além de lembrar-se destas, dá o nome a uma valorosa mulher que é a Benedita da Silva, que traz em sua militância trabalhos centrais na área político-social para a vida de todos os brasileiros.

O evento, um marco histórico no reconhecimento do trabalho realizado pela mulheres negras baianas nos mais variados segmentos da sociedade brasileira, será sempre lembrado pelos participantes do evento ou dos que dele tiverem conhecimento, por seu ineditismo e valor.


Reunião Mundial dos Afrodescendentes

Simão Souindoula, membro do Comité Cientifico do emblemático Projeto da UNESCO "A Rota do Escravo" deixa a capital angolana Luanda, no próximo dia 16 de Agosto, viajando para a cidade hondurenha de Las Ceibas, costeira ao Mar das Caraíbas.

Convidado especial do Comitê de Organização daquele evento, inédito, o especialista angolano intervirá numa palestra onde ele abordara a importância do projeto iniciado pelo Triangulo Kanawa Mussulo, "As Rotas angolanos da Escravatura e o turismo de memória dos Afrodescendentes".

O historiador e Consultor da UNESCO Simão Souindoula

Simão Souindoula insistirá sobre as ofertas turísticas que podem propor a Iniciativa baseada no bairro luandense de Benfica aos afroamericanos e afrocaribenhos, cuja quase a metade reivindicam, invariavelmente, raízes congo/angola.

Com efeito, o atual território angolano, verdadeiro paraíso esclavagista, foi veinado de centenas de pistas caravanistas que desembocavam, entre outros locais de embarque, na baía de Cabinda, na foz do rio Zaire, na península de Mussulo e na localidade de Benguela-a-Velha e na pantanosa cidade de São Filipe de Benguela.

O tenaz perito da UNESCO participara, igualmente, com o restante das centenas de participantes do evento, de diversa quadrante, entre os quais ativistas sociais e políticos, funcionários públicos, diplomatas, juristas, economistas, religiosos, pedagogos, médicos, agrônomos, antropólogos, nos decisivos debates que serão organizados a volta da atual situação dos “Danados” do continente americano e do conjunto insular caribenho.

De salientar, entre os intervenientes, delegados de vários organismos especializados das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos, do Banco Mundial, do Banco Interamericana para o Desenvolvimento, dezenas de fundações, agencias vocacionadas a cooperação internacional, Igrejas, organizações não-governamentais, etc.

PLANO ESTRATEGICO

As espinhosas questões a ser abordados serão centradas na persistência da exclusão racista, o direito indiscutível a terra, a um meio ambiente saudável e a segurança das comunidades, o respeito dos direitos humanos, o amplo exercício dos direitos civis, a observância da justiça, o pleno acesso ao emprego, ao mundo dos negócios, ao ensino superior e aos cuidados de saúde pública.

O especialista angolano dará, também, a sua opinião sobre as vias para um maior protagonismo político dos originários de Afrikiya, as politicas de apoio a favor da juventude “niger”, a institucionalização de um Festival Internacional África/Diaspora, o balanço das recomendações da rude Conferencia de Durban de Setembro de 2001, os novos eixos migratórios dos descendentes dos melanoafricanos, e a polêmica metodologia dos censos populacionais no “Novo Mundo”.

Ele notara o conjunto das ações afirmativas desenvolvidas em vários países latino-americanos tais como na Argentina, no Brasil e no Peru, assim como as vantagens para os antigos “palanqueiros” da integração regional, o estado das relações entre os afrodescendentes e os ameríndios.

Ele seguira, com muita atenção, as intervenções do congolês de Brazzaville, Firmin Matoko, Diretor da Representação Regional da UNESCO em Quito, escritório que cobre a Bolívia, a Colômbia, a Venezuela e o Equador, o brilhante afrocolombiano Juan de Dios Mosquera, líder do Movimento Nacional Cimarron, o Carlos Severino da Universidade de Porto Rico, Alberto Barrow da Universidade de Panama e o Quince Ducan da Universidade de Costa Rica.

A Cimeira terminara com a adoção de uma Declaração e de uma Agenda Política, autentico Plano Estratégico para a entrada efetiva dos ex- quilombolas na história, neste ano, que foi, a justo titulo, declarado pelas Nações Unidas como o das Populações Afrodescendentes.

domingo, julho 10, 2011

Edição 404 - 9 de julho de 1932 - A Revolução Constitucionalista

Sheila Machado
 
Eclodiu em São Paulo uma revolta contra o presidente Getúlio Vargas. Tropas federais de Minas Gerais foram enviadas para o Estado para conter a rebelião. O efetivo militar do Rio Grande do Sul e do Paraná ficaram em alerta prontos para marchar contra os rebeldes. Os combates da revolta, que ficou conhecidacomo Revolução Constitucionalista de 1932, duraram três meses.

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