segunda-feira, agosto 08, 2011

CHEGA PRÁ LÁ

Ficou bem claro e explícito o Chega Prá Lá que a presidente Dilma Rousseff deu no dirigente da CBF, Ricardo Teixeira, durante a cerimônia de sorteio das chaves para a próxima Copa do Mundo, realizada no Rio de Janeiro, deixando bem claro que autoridade esportiva maior neste Brasil pobre e quase sem miséria é o seu ministro do Esporte Orlando Silva, cada dia mais prestigiado no Palácio do Planalto e referendado por Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para continuar no cargo. Pelé que havia sido excluído na lista de personalidades do futebol da Fifa, convidados para o evento e divulgada no último dia 13/7, foi nomeado pela Presidente Dilma, Embaixador Extraordinário para o maior evento esportivo do Planeta, que se realizará nos quatro cantos do país, em 2014.

Sem os salamaleques que desfrutou durante o governo passado, o presidente da CBF, que ninguém tem dúvida sobre sua ingerência para que o Atleta do Século não fosse convidado para o evento, ficou quase à margem da cerimônia realizada no Rio de Janeiro, sendo colocado para ocupar lugar bem distante da comandante da cadeira número 1 da República Federativa, que evitou contatos com o cartola Ricardo Teixeira, elogiou bastante o ex-jogador e maior ídolo do futebol brasileiro e ele foi bastante aplaudido pelo público presente na Marina da Glória, ficando o dirigente da entidade praticamente isolado dos destaques internacionais esportivos presentes. A assessoria mais próxima da presidente Dilma ficou profundamente irritada com a CBF, o COL (Comitê Organizador Local) e a Fifa ao negar um pedido de credencias para jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto.

Às vésperas do sorteio das eliminatórias da Copa de 2014, a equipe da presidente pediu cerca de 80 credenciais. Conseguiu algumas, mas a Fifa não quis dar autorização para Record e SBT acompanharem Dilma no evento realizado na Marina da Glória.

O COL informou a assessoria presidencial que a federação internacional não poderia ferir o contrato com a Globo, que tinha exclusividade na solenidade, organizada pela Geo Eventos, da qual a emissora é uma das sócias.

Dilma se irritou. Ela e sua assessoria interpretaram como uma retaliação de Ricardo Teixeira à Record, que tem exibido reportagens com denúncias contra o dirigente. A equipe da presidente alegou que o COL e a Fifa podem escolher seus parceiros. Mas o Governo Federal tem que garantir os mesmos direitos a todos. E é praxe os jornalistas de Brasília seguirem a comitiva presidencial.

Como resposta, o governo marcou uma entrevista de Pelé, na véspera do sorteio, no Museu de Arte Moderna do Rio, fora da jurisdição da CBF, Fifa e do COL. Lá todas as emissoras de TV tiveram passe livre.

Joseph Blatter, presidente da FIfa, Pelé e a Presidente Dilma, conversando antes da abertura da solenidade


Convidado pela Presidente Dilma para estar presente no evento, a maior autoridade brasileira fez o ex-jogador Pelé roubar a cena no sorteio das Eliminatórias para o Mundial, realizado na tarde deste sábado, na Marina da Glória. Além de se render em elogios ao eterno ídolo do futebol brasileiro, a presidente prometeu realizar um campeonato histórico.

Ao saudar os presentes e cumprimentar o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em seu discurso de cinco minutos a presidente Dilma saudou carinhosamente o Rei Pelé, nomeado embaixador do Brasil para a Copa de 2014, para somente em seguida citar o presidente da CBF, “senhor” Ricardo Teixeira e demais autoridades, classificando o "querido" Pelé como um "craque inesquecível". Em seguida, ela citou a identificação do Brasil com o futebol e lembrou que o País é prolífico em revelar grandes jogadores, entre eles o ex-integrante da seleção brasileira.

A presidente Dilma Rousseff discursa na cerimônia do sorteio das eliminatórias.

- O Brasil continua a ser identificado como o país do futebol e isso nos envaidece. Amamos o futebol, ganhamos cinco Copas do Mundo e aqui nasceram muitos dos maiores craques de todos os tempos, a começar pelo maior deles, o nosso querido Pelé, que fizemos questão nomear como embaixador honorário", disse a presidente.

No momento em que foi exaltado por Dilma, Pelé recebeu intensos aplausos, inclusive da própria presidente, que teve suas palmas amplificadas pelo microfone. Posicionado na primeira fila da plateia o ex-jogador se levantou e saudou o público.

Pelé foi aplaudido de pé pelo público presente na Marina da Glória, inclusive pelo apagado e cabisbaixo e apagado dirigente da CBF, que não subiu ao palco e muito menos foi convidado para discursar durante o evento.

FOTO: Evaristo Sá

Na última sexta-feira, Pelé demonstrou incômodo e deu a entender que não foi convidado por Teixeira para participar do sorteio como protagonista, conforme declarou: "Eu sempre representei o Brasil desde 1958. Sendo convidado ou não, trabalharia para representar o Brasil. Mas você só vai no evento se for convidado...Eu só vou na sua casa se você me convida. A CBF tem o presidente Ricardo Teixeira, ele decidiu quem ele deve convidar. Se ele me convidasse eu estaria cooperando. Se ele não me convida eu não vou", desmentindo completamente a afirmação do dirigente da CBF de que o atleta havia sido convidado em abril passado, seguindo o script delineado pela Fifa através da sua nota de 13 de julho último, que não incluía o Rei do Futebol, entre os convidados.


Durante o evento Ricardo Teixeira tentou sapecar o “Beijo de Judas” na face de Pelé.

A presidente Dilma chegou a Marina da Glória, em cujo pórtico de entrada constava a inscrição ”Bem-vindos à terra de todas as nações”, em carro fechado que a conduziu do Aeroporto Tom Jobim para o local do evento, ficando isolada em uma sala VIP, até o inicio da solenidade, levando a assessoria presidencial fazer valer um decreto lei que lhe garante uma área controlada pela segurança presidencial em qualquer evento no país, para evitar contato com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

- A incorporação do Pelé foi importante, assim como a primeira participação efetiva da presidente Dilma. A primeira de muitas - disse Orlando Silva.

A presea de representantes das cidades deixou claro o jogo político que caminha ao lado da preparação da Copa. E que ficou claro na chegada do senador Aécio Neves.

- Tecnicamente, Minas Gerais teria que receber a abertura da Copa. Mas a escolha envolverá muitos outros critérios. Na questão de estrutura de estádios e hotéis, somos o estado mais adiantado. Mas no campo da mobilidade urbana, metrô, transportes, que cabe ao governo federal, está o maior problema. Os recursos chegam de forma vagarosa. O governo federal tem mostrado pouca competência nestas questões - disse.

Discussões à parte, a Fifa ficou satisfeita com a organização do sorteio e o qualificou como uma "largada linda".

- A Fifa confia no Brasil - disse o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

O Rio de Janeiro teve papel de protagonista no sorteio.

- Todas as cidades estão trabalhando para entregar uma Copa inesquecível. Haverá legados como estádios novos, estrutura das cidades e, é claro, a Copa traz riqueza. E, dentre todas as cidades, o Rio é a mais maravilhosa - disse o prefeito Eduardo Paes.

- O maior legado é a autoestima do povo - emendou o governador Sérgio Cabral.

Um papel de destaque que a Fifaavisou que irá dividir com outras cidades. O secretário geral, Jérôme Valcke, ao encerrar o sorteio, marcou um encontro "em algum lugar do Brasil" para o sorteio dos grupos da Copa, em 2013. A entidade já decidiu que este lugar não será o Rio de Janeiro.

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